Kiev – O presidente Volodymyr Zelenskiy declarou neste sábado que a Ucrânia está “plenamente dedicada” a manter um diálogo produtivo com representantes dos Estados Unidos na Arábia Saudita na semana que vem, abordando maneiras de pôr fim à guerra com a Rússia.
Desde que iniciou seu mandato em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, cortou a assistência militar destinada à Ucrânia e interrompeu o compartilhamento de informações de inteligência com o governo ucraniano.
Ele acusou Zelenskiy de não levar a sério a perspectiva de um acordo de paz com a Rússia, que invadiu a Ucrânia há três anos e se apoderou de cerca de 20% do território do país.
“A Ucrânia almeja a paz desde o primeiro instante deste conflito. Propostas viáveis estão sendo apresentadas. O essencial é agir de maneira rápida e eficiente”, afirmou Zelenskiy em sua conta na rede social X.
O presidente ucraniano revelou que fará uma visita à Arábia Saudita na semana que vem e que, após um encontro com o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman na segunda-feira, os representantes diplomáticos e militares da Ucrânia participarão de uma reunião com a equipe dos Estados Unidos na terça-feira.
“Estamos integralmente dedicados a um diálogo construtivo e esperamos debater e chegar a um consenso sobre as decisões e ações necessárias”, acrescentou.
A delegação ucraniana contará com a presença do ministro das Relações Exteriores, Andrii Sybiha, do chefe de gabinete de Zelenskiy, Andriy Yermak, e do ministro da Defesa, Rustem Umerov.
O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, também mencionou que está em tratativas com a Ucrânia para estabelecer um acordo que ponha fim ao conflito de três anos com a Rússia, e uma reunião está agendada para a próxima semana na Arábia Saudita.
Em fevereiro, Riad sediou uma reunião entre autoridades americanas e russas para discutir formas de encerrar o conflito mais letal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A Ucrânia não foi incluída nas negociações, o que gerou apreensões em Kiev e entre seus aliados europeus.
Zelenskiy se encontrou com Trump na Casa Branca em 28 de fevereiro, mas o encontro se tornou tenso quando ambos entraram em desacordo publicamente sobre as abordagens para a paz.