Um relatório de uma empresa de análise dos Estados Unidos revelou, na semana passada, que os lucros da XP Investimentos estariam vinculados a um esquema considerado como uma “pirâmide financeira”. O documento destaca que a instituição financeira estaria “forçando de maneira intensa” seus clientes a investirem em “produtos financeiros prejudiciais”.
Em resposta às “informações falsas, incorretas e imprecisas” que foram divulgadas sobre a companhia, a XP informou que pretende entrar com ações legais contra a empresa que publicou o relatório.
A reportagem gerou grande discussão nas redes sociais, com muitos influenciadores, jornais e portais focados em economia abordando as acusações contra a XP.
Frente a essa repercussão, a financeira também decidiu ameaçar com processos os influenciadores que comentaram sobre o relatório em seus vídeos.
Fontes apuraram que, após a publicação de vídeos criticando o relatório da empresa de análise, influenciadores receberam notificações exigindo a remoção dos conteúdos em um prazo de até 12 horas. Além disso, a XP solicitou que se abstenham de realizar quaisquer publicações futuras sobre a instituição “sem sua consulta prévia”.
A XP ainda afirmou que, caso as publicações não sejam removidas, responsabilizará os influenciadores “cível e criminalmente, além de buscar indenização por todos os danos já provocados”.
A instituição financeira menciona a legislação que trata sobre “publicar ou divulgar informações falsas”. No entanto, o relatório da empresa de análise é de domínio público e foi amplamente veiculado na mídia internacional.
Diante da notificação, muitos influenciadores optaram por excluir seus conteúdos.
### Relembre o caso da XP
O relatório alega que uma fraude estaria ligada aos fundos Gladius e Coliseu, em uma estrutura que depende da venda de Certificados de Operações Estruturadas (COEs). “Sem o Gladius e o Coliseu, a XP não conseguiria ter lucro”, constatou o documento.
O fundo mais destacado é o Gladius, que teria apresentado um retorno de mais de 2.419% nos últimos cinco anos, com baixa volatilidade. “Os COEs são investimentos prejudiciais que a XP tenta vender ativamente a seus clientes de varejo no Brasil”, afirma o relatório.
Além disso, é mencionado que o Gladius estaria pagando valores indevidos da venda de COEs para a XP, contabilizando os recursos provenientes desses produtos como lucros. Em outras palavras, a XP estaria “impondo” esses produtos a seus clientes, os quais gerariam receitas para a instituição que sustentam outras operações. O relatório ainda sugere que essa atividade irregular pode ter “consequências profundas para a estabilidade financeira e a reputação da XP”.
A XP contestou as alegações. “A empresa cumpre com a legislação e segue todas as normas estabelecidas por órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a SEC, o Banco Central, entre outros, e suas operações são auditadas regularmente por instituições independentes”, declarou a companhia. “Serão tomadas todas as medidas legais apropriadas contra a Grizzly Research.”