Nesta quinta-feira (13 de março), o papa Francisco completa 12 anos de seu pontificado, mas está internado em um hospital em Roma recebendo tratamento médico. O pontífice está prestes a completar um mês de internação devido a uma pneumonia bilateral, com a alta programada para a sexta-feira (14 de março). Apesar de algumas melhorias em sua saúde nos últimos dias, ainda não há previsão de quando ele receberá alta.
De acordo com o boletim médico divulgado na noite de quarta-feira (12 de março), as condições de saúde de Francisco, que tem 86 anos, são consideradas estáveis, embora a situação continue sendo muito delicada.
A mais recente radiografia do tórax mostra melhorias em relação ao quadro do pontífice, conforme relatado no boletim médico. Fontes do Vaticano indicam que a pneumonia, que está afetando o papa, parece ter apresentado progresso positivo.
No entanto, o papa ainda necessita de oxigênio por meio de cânulas nasais durante o dia e utiliza máscara à noite. Ele passa os dias no hospital assistindo às atividades espirituais da Quaresma que estão ocorrendo na Sala Paulo VI, dentro da Cidade do Vaticano, além de continuar seus tratamentos, fisioterapia respiratória e motora, e dedicar momentos à oração.
Apesar de ser feriado no Vaticano, a Sala de Imprensa da Santa Sé informou que não haverá celebrações para marcar os 12 anos de pontificado. O papa comemora seu aniversário de pontificado em seu quarto, localizado no décimo andar do Policlínico Gemelli. Alguns fiéis têm levado cartazes demonstrando carinho e parabenizando Francisco, lembrando a importância de sua eleição.
“O papa Francisco está completando 12 anos de pontificado. Considero que esse papado trouxe muitas conquistas para a Igreja Católica, especialmente no que diz respeito às reformas na ala progressista”, afirma Oleno, um paraense que viajou a Roma. Ele destaca a relevância da aproximação da Igreja com os fiéis durante o pontificado de Francisco.
Vindo de Belém do Pará, Oleno enfatiza que a Igreja Católica tem se aproximado mais dos fiéis, especialmente em regiões onde muitas pessoas estão se afastando para se unir a cultos evangélicos. Ele menciona a realidade nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, onde percebe que, frequentemente, a Igreja Católica se encontra distante. “Acho que é crucial que a Igreja Católica chegue mais perto dessas comunidades, especialmente as mais vulneráveis”, conclui.
“Em relação à Campanha da Fraternidade, por exemplo, notamos que o papa Francisco tem se dirigido a Belém, local onde ocorrerá a COP 30, destacando a importância da natureza, tanto do ponto de vista religioso quanto para a vida cotidiana”, comenta.
Papa reformista
Francisco marca um novo capítulo na Igreja Católica não apenas por ser o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta, mas também por seu papel na realização de reformas. Sua eleição ocorreu em um momento de crise, quando escândalos financeiros e casos de abusos sexuais prejudicaram a imagem da Igreja.
Durante seus 12 anos de papado, ele implementou diversas reformas administrativas e financeiras no Vaticano. Uma das mais significativas foi a Reforma da Cúria Romana, que é o governo central da Igreja. Francisco abriu o caminho para que leigos e mulheres assumissem liderança nos dicastérios, ou ministérios da Santa Sé, uma iniciativa que já está em andamento com a nomeação de duas mulheres, Raffaella Petrini e Simona Brambilla, para posições de destaque.
Além disso, Francisco busca eliminar a marginalização dentro da Igreja. “Quem sou eu para julgar uma pessoa homossexual?”, declarou em 2013.
Desde que se tornou papa, ele tem defendido a inclusão de divorciados na comunidade católica, dando a oportunidade de comunhão para aqueles que se casam novamente, o que gerou críticas de sectores ultraconservadores do clero.
O papa vai ao encontro dos princípios estabelecidos pelo Concílio Vaticano II, que visava modernizar a Igreja na década de 1960. Como jesuíta, ele promove sínodos que reúnem eclesiásticos e leigos ao redor do mundo para discutir os rumos da Igreja. Já foram realizados sínodos sobre a Família, sobre os Jovens e sobre a Amazônia.
Jorge Bergoglio também enfatiza a necessidade de conservação ambiental e a harmonia entre o ser humano e a natureza, temas que são abordados de forma abrangente em sua segunda encíclica, intitulada Laudato Si.