O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (10) que a detenção de Mahmoud Khalil, líder dos protestos a favor da Palestina ocorridos no ano anterior na Universidade de Columbia, em Nova York, representa “a primeira prisão de muitas”.
Em sua postagem na rede Truth Social, Trump afirmou: “Estamos cientes de que existem mais alunos em Columbia e em outras instituições de ensino do país que se dedicaram a atividades que são pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas, e o governo Trump não aceitará isso”.
Khalil, que se tornou um dos principais símbolos dos protestos estudantis que começaram no ano passado em reação ao conflito entre Israel e Gaza, foi detido por agentes de imigração no último fim de semana.
De acordo com o Departamento de Segurança Nacional, a prisão ocorreu em cumprimento às “ordens executivas do presidente Trump que proíbem o antissemitismo e em colaboração com o Departamento de Estado”.
Na ocasião de sua detenção, Khalil possuía um “green card”, que é uma autorização de residência permanente nos Estados Unidos, conforme informado pelo sindicato Student Workers of Columbia.
A reação de Trump e a repercussão internacional
Na mesma declaração, Trump insinuou a possibilidade de ações semelhantes contra outros manifestantes universitários, alegando sem evidências que seriam “agitadores pagos”. Ele escreveu: “Nós os encontraremos, prenderemos e deportaremos esses simpatizantes do terrorismo do país (…) para que nunca mais possam retornar”.
A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) considerou a detenção como “sem precedentes, ilegal e antiamericana”. Ben Wizner, diretor do Projeto de Expressão, Privacidade e Tecnologia da ACLU, afirmou que as ações governamentais têm a clara intenção de intimidar e desestimular a liberdade de expressão em um aspecto do debate público.
A detenção provocou também um grande descontentamento nas Nações Unidas. O porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou a necessidade de “ressaltar a importância de respeitar o direito à liberdade de expressão e o direito à reunião pacífica”.
Diversos campi universitários nos Estados Unidos, incluindo Columbia, foram palcos de manifestações estudantis no ano passado, motivadas pelo conflito que eclodiu entre Israel e Gaza, respaldado pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.