Itália – Uma mulher italiana recebeu uma indenização de 10 mil euros (aproximadamente R$ 64 mil) de seu ex-marido, que não apenas a traiu, mas também a expôs a uma humilhação pública. “O amor pode terminar, e isso é compreensível. Suponhamos que ele tenha se apaixonado por uma mulher mais jovem. Mas mentiras e humilhações, isso não é aceitável”, afirma Roberta Zoia, de 51 anos, em uma entrevista.
Roberta gerenciou uma escola de dança em Treviso, na Itália, junto com seu ex-marido durante anos. O caso extraconjugal era de conhecimento de todos que estavam ao seu redor, exceto para ela.
A desconfiança de Roberta começou em 2010, quando encontrou um bilhete comprometedor no bolso da calça do marido. Ao confrontá-lo, ele tentou minimizar a situação.
No entanto, novas evidências começaram a aparecer: um aplicativo de rastreamento que mostrava o marido em um local diferente do que ele afirmava estar, longas chamadas noturnas para uma aluna da escola e, finalmente, a descoberta de um segundo celular contendo mensagens típicas de um relacionamento amoroso.
“Eu me vi preparando a jovem que roubou meu marido para um campeonato italiano de dança. Não conseguia dormir, sentia uma pressão no peito que parecia me sufocar. Era uma tensão constante”, relata Roberta.
O golpe final foi perceber que ela era a única na escola que não sabia do romance entre seu marido e a aluna. “Quando ela foi ao banheiro, ele a seguiu. Eles foram vistos em posturas íntimas. Eu era a única que não estava informada. Todos os outros sabiam: outros professores, dançarinos. Quem sabe quantas risadas não foram dadas às minhas custas”, comenta.
O ex-marido então proibiu Roberta de entrar na escola de dança. “Ele disse que era apenas uma traição banal, sem muito drama”, revela.
Foi nesse ponto que Roberta decidiu buscar a Justiça. O tribunal reconheceu que houve violação de direitos fundamentais, como dignidade, honra e saúde, e determinou que seu ex-marido pagasse a indenização de 10 mil euros.
“Para mim, não foi apenas uma vitória financeira, mas uma vitória moral. Eu me senti ridícula, como um lixo descartado por uma garota mais nova. Ninguém, homem ou mulher, merece ser tratado dessa forma”, compartilha Roberta.
“O amor pode acabar, e não há problema em se apaixonar por outra pessoa. Mas ser ridicularizada e humilhada dessa maneira é inaceitável”, conclui.
O caso de Roberta pode estabelecer um precedente para outras pessoas que enfrentam situações semelhantes na Itália.
“Após a repercussão da notícia, meu escritório foi inundado com solicitações de pessoas que viveram experiências parecidas”, relata Davide Favotto, o advogado que representou Roberta nesse processo.