O técnico Mano Menezes fez uma reflexão crítica sobre o desempenho do Fluminense após a partida em que a equipe superou o Bangu por 3 a 2, no Campeonato Carioca. Ele mencionou vários equívocos cometidos pelo Tricolor, mas mantém a esperança na melhora do grupo, especialmente com a próxima partida na Copa do Brasil e a semifinal do estadual se aproximando.
Menezes declarou: “Fizemos três gols, e poderíamos ter marcado cinco ou seis. Tivemos mais dificuldades no primeiro tempo, mas o problema principal não foi a falta de criação. O que realmente nos atrapalhou foi a maneira como reagimos diante das dificuldades. Não se pode permitir dois gols ao Bangu nas condições em que ocorreram. Quando um time enfrenta dificuldades para marcar, enquanto o adversário retrai, é fundamental ter paciência, fazer a bola circular e se manter organizado. A equipe estava nervosa e tensa demais na busca pela classificação, o que resultou em muitos erros, inclusive depois de abrirmos 3 a 1.”
Em seguida, o treinador destacou as coisas que funcionaram na vitória sobre o Bangu, como a utilização das laterais do campo. Contudo, voltou a enfatizar que existem erros simples que precisam ser evitados e corrigidos nos próximos desafios.
Ele continuou: “O jogo esteve muito concentrado nas laterais; melhoramos bastante com a entrada do Serna. Começamos o primeiro tempo com Fuentes em uma posição mais avançada e Samuel mais recuado. No segundo tempo, mudamos isso para ganhar mais força pelo lado direito. Após fazermos 3 a 1, cometemos o erro de insistir em jogadas centralizadas. A penalidade que sofremos começou em uma jogada pelo meio, que perdemos, enquanto as laterais estavam livres para aproveitarmos. É preciso saber equilibrar e usar os espaços onde estávamos dominando. Alcançamos nosso objetivo, mas ao contrário do que aconteceu contra o Nova Iguaçu, não conseguimos apresentar uma performance tão boa. É necessário passar por essa experiência para nos tornarmos mais maduros e prontos para os desafios à frente.”
Na próxima segunda-feira, a equipe, sob a direção de Mano Menezes, viajará para Belém, onde enfrentará o Águia de Marabá pela primeira fase da Copa do Brasil. No final de semana seguinte, o Fluminense terá o Volta Redonda pela frente, na partida de ida da semifinal do Campeonato Carioca.
Mano Menezes ainda falou sobre as semanas de treinos livres que a equipe teve, ressaltando a importância desses períodos. “Vamos aproveitar o que conseguimos desenvolver nessas semanas sem partidas. Um treinamento longo permite acumular condicionamento para enfrentar a intensa maratona que se aproxima e garantir que tenhamos jogadores tão preparados quanto aqueles que começaram a partida. Precisamos entender a importância disso, especialmente se avançarmos na Copa do Brasil, pois teremos outro jogo na quarta-feira.”
Sobre o comportamento do time, o técnico foi direto: “No primeiro tempo, não entramos com a devida concentração; nosso rendimento foi lento e isso gerou uma apatia que incomoda, tanto para a torcida quanto para nós. A tensão aumentou no segundo tempo, mas recuperamos a postura e conseguimos o comportamento necessário para merecer a vitória e a classificação. Temos potencial para fazer uma semifinal à altura, similar às que realizamos contra Flamengo, Nova Iguaçu e Vasco, que são referências melhores para mim do que o jogo de hoje.”
Menezes também comentou sobre o desejo dos torcedores e a expectativa para as próximas partidas: “Entendo a ansiedade dos torcedores e a frustração que podem sentir ao ver algo que não lhes agrada, mas estou convencido de que não repetiremos o desempenho de hoje. Teremos o Fluminense que se destacou nas três partidas que mencionei, enfrentando adversários mais qualificados. O desafio é que precisamos estar prontos defensivamente e não cometer os erros que cometemos nesta partida.”
Questionado sobre a ausência de Ganso, o técnico afirmou: “Eu valorizo muito o coletivo. Apesar das virtudes do Ganso, é crucial que a equipe encontre soluções de forma mais equilibrada. Sem um jogador específico, precisamos integrar dois ou três atletas para que cada um deles contribua com a criatividade e melhore a qualidade do jogo, especialmente contra um adversário que joga mais recuado. As dificuldades que enfrentamos não serão o que encontraremos nos próximos desafios. Assim como precisamos vencer o Águia, eles também precisam ganhar de nós, e o mesmo se aplica ao Volta Redonda. Isso altera a dinâmica das partidas e acredito que a equipe apresentará um comportamento diferente para superar esses obstáculos. Às vezes, não é apenas sobre técnica e organização, mas também sobre algo a mais. Precisamos melhorar neste aspecto, pois são pequenos detalhes que precisam de ajuste nesse momento decisivo, e quando isso acontece, a história muda.”
Por fim, sobre a sua ideia de jogo, ele concluiu: “Atualmente, é complicado definir um time ideal, especialmente em um calendário que exige jogos a cada três dias. É fundamental estabelecer uma filosofia de jogo e trabalhar para que todos os atletas compreendam essa abordagem e consigam executar o que pretendemos. O Fluminense não deve ser apenas reativo ao adversário, mas sim propor o jogo, encontrando soluções. A diferença que os torcedores devem perceber ao introduzir variações nas características da equipe reside na necessidade de balancear o volume de jogo pelas laterais com a presença na área, contando com bons cabeceadores, por exemplo. Isso ajuda a equipe a encontrar alternativas. Eu entendo a ansiedade, mas o treinador deve se focar em conhecer individualmente os novos jogadores, entender seu comportamento e como respondem às demandas estabelecidas, e isso é o que faremos.”
