Home Brasil Fugitivas do 8/1 CAEM nas Garras da Justiça ao Cruzar Fronteira Dias Após a Posse de Trump!

Fugitivas do 8/1 CAEM nas Garras da Justiça ao Cruzar Fronteira Dias Após a Posse de Trump!

por James Joshua

Ao menos quatro mulheres procuradas por envolvimento nos eventos de 8 de janeiro foram detidas ao tentarem entrar ilegalmente nos Estados Unidos, sendo que três delas foram presas no dia seguinte à posse do ex-presidente Donald Trump, em janeiro. A informação foi confirmada pela ICE, a agência responsável pela imigração e alfândega nos EUA, que também adiantou que as fugitivas estão aguardando sua deportação para seus países de origem.

Este grupo é composto por três mulheres já condenadas por suas ações durante o dia 8 de janeiro, incluindo a tentativa de um golpe de Estado, além de uma ré que possui mandados de prisão pendentes no Brasil. Elas estão presas nos Estados Unidos há mais de 50 dias.

A ICE não revelou, por motivos de privacidade, os detalhes sobre as circunstâncias de suas detenções, se ocorreram em postos de imigração ou em áreas fronteiriças conhecidas por onde imigrantes costumam passar com a ajuda de coiotes.

As quatro detidas fazem parte de um grupo de apoiadores que deixou o Brasil no primeiro semestre de 2024 e se refugiou na Argentina. Temendo extradições solicitadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), elas decidiram fugir novamente, desta vez para os EUA, buscando refúgio político sob o governo Trump, que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Raquel Souza Lopes, residente em Joinville (SC), tentou cruzar a fronteira americana no dia 12 de janeiro e atualmente está detida pela ICE em Raymondville, Texas.

Já Rosana Maciel Gomes, de Goiânia (GO), Michely Paiva Alves, de Limeira (SP), e Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC), tentaram ingressar nos EUA no dia 21 de janeiro e estão presas em El Paso, Texas.

No dia anterior à captura do grupo, Trump, ao assumir a presidência, anunciou que realizaria deportações em massa de imigrantes ilegais, dizendo: “Toda entrada ilegal será imediatamente encerrada e iniciaremos o processo de devolver milhões de criminosos estrangeiros aos seus locais de origem.”

Outros fugitivos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro permanecem em países como Argentina, Colômbia e Peru, de acordo com informações de agentes policiais e fontes consultadas.

Esses indivíduos se declaram perseguidos políticos por apoiarem Bolsonaro, que perdeu a eleição em 2022, afirmando não terem cometido os crimes de tentativa de golpe ou de danos ao patrimônio público durante a invasão das sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Uma narrativa que surgiu sugere que as ações de 8 de janeiro foram mais do que mero vandalismo, caracterizando-se como uma tentativa de destituir o atual governo, como afirma um relatório da associação dos investigados, a Asfav. Para essa entidade, as penas de até 17 anos são consideradas extremamente severas.

Preparativos para a Deportação pelos EUA

Raquel tentou adentrar os EUA pela cidade de La Grulla, localizada no leste da fronteira do Texas, conforme comunicado da ICE. Nove dias depois, Rosana, Michely e Cristiane também tentaram entrar, mas por El Paso, que está a mais de 1.100 km a oeste de La Grulla.

A ICE informou que as quatro foram detidas pelo patrulhamento de fronteira por terem “entrado ilegalmente no país”.

De acordo com a agência, essas detidas foram processadas sob o regime de “expulsões aceleradas”, um procedimento que permite uma deportação mais rápida sem a necessidade de um julgamento em uma corte de imigração, conforme expresso por uma organização não governamental americana que luta contra a detenção de imigrantes.

O Itamaraty comunicou que, por razões legais, “não fornece informações detalhadas sobre assistência a cidadãos brasileiros”.

Raquel de Souza Lopes, 51 anos, de Joinville

Raquel foi condenada a 17 anos de prisão por cinco crimes relacionados ao 8 de janeiro, incluindo golpe de Estado, associação criminosa e dano a patrimônio público. Ela possui mandado de prisão em aberto no Brasil e nega ter causado destruições.

Em abril, deixou o Brasil com outros militantes pela fronteira com a Argentina e permaneceu até 17 de novembro no país vizinho, fugindo para evitar detenção ordenada pela Justiça argentina. Passou pelo deserto do Atacama no Chile antes de chegar ao Peru, seguindo para a Colômbia e, em seguida, ao México. Na tentativa de entrar nos EUA, foi detida em La Grulla no dia 12 de janeiro e, posteriormente, levada para uma unidade de detenção da ICE em Raymondville.

Após a desistência de sua advogada no STF, seu filho, Acenil Francisco, informou que a família procura um novo advogado para sua defesa.

Rosana Maciel Gomes, 51 anos, de Goiânia

Rosana foi condenada a 14 anos de prisão por cinco crimes relacionados ao 8/1. Ela possui dois mandados de prisão em aberto e um pedido de extradição na Argentina.

Ela deixou o Brasil em janeiro de 2024, passando pelo Uruguai até chegar a Buenos Aires. Em novembro, juntou-se a outros militantes em uma nova fuga rumo aos EUA, passando por Peru, Colômbia e México, sendo detida em El Paso no dia 21 de janeiro, e transferida para a ICE dias depois.

A defesa de Rosana declarou que, ao entrar no Palácio do Planalto, ela viu os bens públicos danificados e não participou de nenhuma destruição, afirmando ter ficado em choque com a cena. Amigos de Rosana tentaram contatar o consulado brasileiro em Houston para auxiliar na sua situação.

Michely Paiva Alves, 38 anos, de Limeira

Comerciantes, Michely é ré por cinco crimes relacionados ao 8/1 e até se candidatou a vereadora enquanto enfrentava um processo no STF, contando com mandado de prisão em aberto.

A Polícia Federal encontrou evidências de que ela organizou e financiou um ônibus com 30 pessoas de Limeira para Brasília para participar dos ataques. Em setembro, ela fugiu para a Argentina, e no mês seguinte tentou entrar nos EUA, passando pelo Peru, Colômbia e México. Assim como as demais, foi presa em El Paso no dia 21 de janeiro, estando atualmente detida na mesma cidade.

A defesa de Michely informou que não existem provas concretas de que ela tenha danificado o Congresso Nacional ou participasse de atividades criminosas.

Cristiane da Silva, 33 anos, de Balneário Camboriú (SC)

Cristiane foi condenada a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime em relação ao 8/1, possuindo também um mandado de prisão em aberto no Brasil.

Seu advogado alegou que ela não estava envolvida nas manifestações nem acampou com a intenção de incitar um golpe, afirmando ter ido a Brasília apenas para passeio. Além disso, citou o pagamento de R$ 500 pela passagem de ônibus que transportou os militantes.

Cristiane fugiu em junho de 2024 para Buenos Aires e, em novembro, se uniu a outros militantes na nova fuga para os EUA. Ela também passou pelo Peru, Colômbia e México e foi detida em El Paso, onde continua presa, com sua defesa trabalhando para solucionar sua situação.

Fonte: Noticia Internacional

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