Home Brasil Esposa de Desembargador do TRF-1 enriquece com R$ 938 mil de suspeito da PF!

Esposa de Desembargador do TRF-1 enriquece com R$ 938 mil de suspeito da PF!

por James Joshua

Um documento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), enviado à Polícia Federal, revelou uma movimentação financeira suspeita relacionada a uma advogada casada com um desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). As informações fazem parte de investigações sobre um possível esquema de venda de decisões judiciais, liderado pelo lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, conforme divulgado por jornalistas de um famoso portal de notícias.

As apurações também descobriram transferências da JBS, pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista, que totalizaram R$ 15 milhões em favor do grupo sob investigação. O relatório do Coaf investigou movimentações financeiras irregulares tanto do lobista quanto de sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues.

O documento identificou transações atípicas que ultrapassam R$ 2 bilhões. O lobista foi detido pela Polícia Federal em novembro do ano passado, enquanto Mirian passou a usar um dispositivo de monitoração eletrônica desde então. Na semana anterior, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou um pedido de liberdade e decidiu pela manutenção da prisão do lobista.

O Coaf detectou um pagamento realizado por Mirian ao escritório da advogada Aline Gonçalves de Sousa, que é esposa do desembargador César Jatahy, do TRF-1. Essa transferência, que totalizou R$ 938 mil, ocorreu em junho de 2023 e foi uma das maiores registradas na conta de Mirian.

Mirian está envolvida como advogada em pelo menos 15 ações em tramitação no TRF-1, embora nenhum desses casos esteja sob a relatoria de César Jatahy. O tribunal abrange o Distrito Federal e os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A Polícia Federal segue investigando a atuação de Andreson e Mirian em tribunais como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Em resposta a uma consulta, Aline Gonçalves confirmou que foi contratada por Mirian para atuar em um processo judicial, mas não forneceu detalhes adicionais, afirmando que “por questões de ética e sigilo profissional”, não poderia comentar sobre os processos em que estava envolvida.

O relatório do Coaf revelou movimentações financeiras de Andreson e Mirian que não condizem com suas capacidades financeiras e atividades declaradas junto às instituições bancárias. Ao todo, foram identificados R$ 2,8 bilhões em transações irregulares envolvendo 802 pessoas físicas e 686 empresas entre 2018 e 2024.

Suspeitas de irregularidades também foram levantadas relacionadas a transferências totalizando R$ 15 milhões da JBS para Mirian, divididas em duas transações: uma de R$ 11,5 milhões em 1º de junho de 2023 e outra de R$ 4,6 milhões em 16 de junho do mesmo ano.

O relatório do Coaf mencionou que Mirian informou à sua instituição financeira que esses valores eram honorários advindos dos serviços prestados à JBS. No entanto, a quantia era excessivamente alta e ocorria mensalmente, levantando preocupações sobre sua capacidade financeira declarada. O relatório destacou que o total movimentado superava em aproximadamente R$ 15 milhões o faturamento registrado pelas atividades da advogada.

Em nota, a JBS afirmou que os pagamentos diziam respeito a “honorários”, acrescentando que todos os serviços prestados pelo escritório foram comprovados nos processos correspondentes, além de ressaltar que não há mais vínculos com a JBS.

Conforme informações, Andreson mencionou em mensagens que havia recebido R$ 19 milhões em sua atuação junto à J&F, controladora da JBS, em um dos processos. A esposa dele passou a ser advogada atuante em diversas ações do grupo a partir de 2020.

Após a identificação de uma transação que envolvia uma autoridade com foro privilegiado, a Polícia Federal encaminhou a investigação ao STF. O inquérito subsequente revelou que a autoridade mencionada era o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Shermann.

A defensoria de Andreson e Mirian declarou que se manifestará sobre as alegações nos autos do processo, tendo previamente afirmado à Justiça não haver provas que sustentem a acusação de que eles teriam a capacidade de influenciar decisões judiciais.

Fonte: Noticia Internacional

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