Home Brasil EGITO LANÇA PLANO BOMBÁSTICO PARA GAZA E RECEBE ONDA DE APOIO SURPREENDENTE!

EGITO LANÇA PLANO BOMBÁSTICO PARA GAZA E RECEBE ONDA DE APOIO SURPREENDENTE!

por James Joshua

Alternativa egípcia à “Riviera de Gaza” de Trump deverá demandar US$ 53 bilhões e levar cinco anos. Diferentemente do plano dos Estados Unidos, a proposta do Egito permitirá que os palestinos permaneçam em suas terras. Durante uma reunião extraordinária no Cairo, líderes da Liga Árabe aprovaram a estratégia egípcia para a reconstrução da Faixa de Gaza, que foi severamente afetada pelo conflito entre Israel e o Hamas.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, apresentou um projeto de cinco anos com um custo estimado em 53 bilhões de dólares, destinado a promover a reconstrução de Gaza mantendo a população palestina em seu território. Essa proposta se contrapõe ao plano dos Estados Unidos que previa a criação de uma “Riviera do Oriente Médio”.

Na abertura da cúpula, Sissi afirmou: “Não haverá paz verdadeira sem a criação de um Estado palestino”. Ele acrescentou que a paz não pode ser forçada e que não se consegue por meio da coerção.

Esse anúncio ocorre em um momento de estagnação nas conversas sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Israel condiciona a continuidade da trégua ao desarmamento do Hamas, um pedido que o grupo islamista considera inaceitável.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou que as discussões e apoios provenientes do Cairo não refletem a verdadeira situação do território.

Reconstrução por meio de entidade palestina “independente”

Conforme informações obtidas de um documento de 112 páginas, uma fase inicial de seis meses estará focada na remoção de escombros e na construção de moradias temporárias, com um custo estimado em cerca de 3 bilhões de dólares.

Na primeira fase do projeto propriamente dita, o plano prevê a construção de 200.000 novas unidades habitacionais em Gaza ao longo de dois anos. Uma segunda etapa incluirá mais 200.000 moradias. Até 2030, a expectativa é que o projeto resulte na construção de centenas de milhares de casas para acomodar até 3 milhões de pessoas, além de um aeroporto, zonas industriais, hotéis e parques.

Sissi indicou que uma entidade palestina “independente” seria responsável pela gestão do processo de reconstrução. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou que a Autoridade Palestina, que governa uma parte da Cisjordânia, está pronta para participar da futura administração de Gaza.

ONU e UE apoiam a iniciativa egípcia

O plano apresentado pelo Egito conta com o respaldo das Nações Unidas e da União Europeia.

Durante a cúpula no Cairo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou um forte apoio à iniciativa árabe, afirmando que a ONU está disposta a colaborar integralmente nesse esforço.

António Costa, presidente do Conselho Europeu, também elogiou a proposta egípcia, ressaltando que ela representa uma esperança para milhões de palestinos em Gaza, na Cisjordânia e no exterior, almejando um fim ao sofrimento vivido nos últimos tempos.

Para que a reconstrução de Gaza seja viável financeiramente, será necessária uma ampla participação dos países ricos em petróleo do Golfo Pérsico, tais como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, que até o momento não apoiam o Hamas.

O grupo islamista manifestou seu apoio à proposta egípcia. Em nota, o Hamas disse: “Esperamos um papel árabe efetivo que ponha fim à tragédia humanitária gerada pela ocupação em Gaza e que frustre os planos de deslocamento dos palestinos”.

Ainda que a extensão total dos danos só seja devidamente avaliada após a chegada de inspetores internacionais à Faixa de Gaza, a ONU estima que quase 70% das estruturas locadas na região foram danificadas ou destruídas, incluindo mais de 245.000 residências.

Outra avaliação da ONU indica que a guerra deixou a faixa coberta por mais de 50 milhões de toneladas de escombros.

Reação ao plano de Trump

As propostas debatidas pela Liga Árabe visam apresentar uma alternativa à abordagem controvérsia do presidente dos Estados Unidos, que pretende assumir o controle de Gaza para reconstruí-la enquanto “reassentava” cerca de dois milhões de palestinos em países árabes vizinhos.

Trump chegou a compartilhar um vídeo gerado por inteligência artificial que mostrava Gaza transformada na “Riviera do Oriente Médio”, um plano elogiado como “visionário e inovador” pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas que gerou indignação em várias partes do Oriente Médio e além.

Durante a cúpula, o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, ao participar de sua primeira reunião desde que o regime de Bashar al-Assad foi derrubado, classificou as propostas de Trump para Gaza como um “crime inaceitável”.

Sissi, no entanto, declarou que o presidente americano pode ainda contribuir para a paz na região. “Acredito que Trump tem potencial para ajudar a alcançar isso, considerando o nosso verdadeiro desejo de encerrar as tensões e as hostilidades”, afirmou. Após a cúpula, o líder egípcio mencionou que está aberto a quaisquer propostas da comunidade internacional e que estaria ansioso para colaborar com Trump.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Brian Hughes, afirmou que a Casa Branca valoriza as contribuições das nações árabes, mas insistiu que o Hamas não deve continuar a exercer poder.

“O presidente Trump deixou claro que o Hamas não pode continuar a governar Gaza”, disse Hughes. “Enquanto o presidente mantém sua visão para Gaza após a guerra, ele está aberto a sugestões de nossos parceiros árabes na região”.

Fonte: Noticia Internacional

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