Recentes escavações no monastério bizantino de Khirbat el-Masani, situado a aproximadamente três quilômetros de Jerusalém, revelaram um raro túmulo do século V contendo os restos de uma mulher envolta em pesadas correntes metálicas. Essa importante descoberta foi realizada por uma equipe de arqueólogos israelenses.
Inicialmente, os pesquisadores pensavam que os restos pertenciam a um homem que teria entre 30 e 60 anos na época de sua morte. Isso se deve ao fato de que, após a aceitação do cristianismo como a religião dominante do Império Romano em 380 d.C., houve um aumento na construção de monastérios, onde os monges buscavam se abster de prazeres mundanos para concentrarem-se em sua espiritualidade, frequentemente utilizando correntes em torno de seus corpos.
No entanto, após uma análise minuciosa dos peptídeos presentes no esmalte dental do esqueleto, os cientistas se surpreenderam ao não encontrar o gene AMELY, que está localizado no cromossomo Y. Em contrapartida, foi identificado o gene AMELX, que se encontra no cromossomo X, confirmando categoricamente que o indivíduo era biologicamente do sexo feminino.
“É essencial destacar que nossos achados apenas fornecem uma identificação biológica do sexo, sem implicações sobre a identidade de gênero”, afirmaram os pesquisadores no estudo publicado na edição de abril de uma revista especializada na área de Ciências Arqueológicas.
A descoberta deixou os especialistas intrigados. No período em que a mulher viveu, existiam ascetas femininas, embora suas práticas fossem normalmente menos radicais em relação às dos homens, que frequentemente se isolavam em altas colunas, dedicando-se a pregações, orações e autoflagelação, enquanto usavam correntes pesadas.
A utilização de correntes por uma mulher não era comum, indicando um nível extraordinário de entrega à sua fé. Para os arqueólogos, o fato de que ela foi enterrada com essas correntes evidencia que sua intensa devoção espiritual foi respeitada mesmo após sua morte.
