
CRB 1 x 2 Ferroviário: tática, eficiência ofensiva e os problemas da desorganização
O jogo realizado no estádio Rei Pelé trouxe um marco importante: pela primeira vez, o CRB foi superado pelo Ferroviário em competições oficiais. O enredo foi construído com precisão, disciplina e eficácia. A equipe cearense, liderada por um Ciel decisivo aos 42 anos, seguiu à risca os princípios dos modelos reativos: defesa compacta, transições velozes e precisão nos momentos decisivos.
Para o Ferroviário, a partida tinha um caráter decisivo — uma vitória significava a entrada no G4; uma derrota, a eliminação. O CRB, que recentemente conquistou o campeonato alagoano, tentava manter o embalo, mas expôs novamente uma antiga dificuldade: a incapacidade de equilibrar a posse de bola com a proteção defensiva. Ao longo de 16 jogos nesta temporada, o time não conseguiu evitar gols em 12 confrontos, um dado que clama por melhorias.
Um plano de jogo direto e espaços explorados

Adotando uma formação 5-4-1 bem compacta sem a bola, o Ferroviário conseguiu neutralizar os setores criativos do CRB, aproveitando-se das transições rápidas com Kevin Rivas e a dupla ofensiva Alanzinho e Ciel. Aos 20 minutos, após uma roubada de bola, Ciel driblou Matheus Albino e abriu o placar.
O técnico Louzer escalou uma equipe com dois meias de origem — Gegê e Danielzinho — e contou com Meritão como a base do triângulo no meio de campo. A proposta era construir jogadas driblando pelo centro, mas a execução deixou a desejar. Sem movimentação e com passes diretos, a posse de bola se tornou improdutiva. A melhor oportunidade surgiu em uma falta cobrada por Gegê, que acertou o travessão.
Expulsão, desorganização e nova punição

No início do segundo tempo, Albino foi expulso ao cometer uma falta de forma desajeitada, evitando o que poderia ser o segundo gol. A desorganização defensiva se tornou ainda mais evidente. Aos 20 minutos, em um novo contra-ataque, Ciel aproveitou um rebote e ampliou o marcador. O gol de honra do CRB saiu com Thiaguinho nos acréscimos.
Quando a posse não é suficiente

O CRB teve mais posse, volume de jogo e insistência, mas a falta de equilíbrio entre ataque e defesa cobra seu preço. O velho ditado é claro: “Quem ataca mal, se defende pior.” E isso tem sido uma realidade difícil para a equipe de Louzer.

Com igualdade nas finalizações (5 certas para cada lado), destacou-se a equipe que soube finalizar com mais precisão e se defender de forma eficaz. Ciel foi o grande nome da partida, e o Ferroviário muda o rumo da campanha com uma vitória que ficará marcada em sua história.
Na próxima rodada, o CRB enfrentará o Fortaleza, vivendo a pressão matemática. O Ferroviário receberá o Sousa com o objetivo de assegurar sua classificação.