O chefe da facção criminosa Comando Vermelho (CV) refutou as informações sobre uma suposta trégua entre o grupo fluminense e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem forte atuação na cidade de São Paulo. De acordo com fontes, Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, caracterizou essas alegações como “fake news”.
Nos últimos dias, surgiram rumores de que as duas facções teriam buscado firmar uma aliança para expandir seu controle sobre o tráfico de drogas na região amazônica. Essa informação foi destacada em um relatório da Secretaria de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Após tomar conhecimento das notícias, Marcinho VP, que está encarcerado desde 1996, negou veementemente qualquer pacto entre os dois grupos. O relatório da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) revela que o criminoso afirmou manter uma “postura de respeito” em relação à facção paulista, pois alguns de seus membros são companheiros de cela. Contudo, ele reafirmou que eles continuam a se considerar inimigos.
Desde 2019, há indícios de tentativas de trégua entre as facções fluminense e paulista. O CV e o PCC estavam examinando a possibilidade de um entendimento promovido por advogados dos líderes, Marcinho VP e Marcola, com o intuito de buscar melhores condições no sistema prisional.
“Na verdade, desde a internação do Marcola em 2023, essa trégua de fato já existia no Rio e em São Paulo, e agora se expandiu para outros estados”, afirmou ao veículo um promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
No entanto, a relação entre as facções ainda é um campo incerto, sem informações confirmadas sobre possíveis alianças. Conforme mencionado por Marcinho VP, os dois grupos mantêm uma postura de rivalidade, pelo menos na esfera pública.
“O histórico de conflitos territoriais entre o CV e o PCC pelo controle do tráfico de drogas sugere que qualquer tentativa de acordo seria tratada com cautela, principalmente considerando o atual cenário de movimentações dentro das organizações criminosas. A perspectiva de sua libertação aumenta a ideia de que ele não mostraria interesse em negociar uma trégua com uma facção que é historicamente rival”, conclui o relatório.