Manaus – A estreia de “Flores Secas” aconteceu em uma noite repleta de emoções e aplausos, com o Teatro Amazonas, ícone da cidade de Manaus, servindo como o ambiente perfeito para o lançamento desse curta-metragem, que foi roteirizado e dirigido pelo talentoso artista amazonense Arnaldo Barreto. O evento, realizado no último domingo (02), adiciona mais uma produção de destaque ao panorama cultural do estado.
O diretor Arnaldo Barreto, emocionado ao ver o teatro lotado, expressou sua satisfação pela presença do público, que se reuniu para celebrar a arte cinematográfica da região.
“Sinto gratidão e alegria ao ver um espaço tão lotado para a estreia de uma obra que é tão significativa para mim. A participação de mais de 60 profissionais, entre produtores, técnicos e atores, torna essa experiência indescritível e valida todo o esforço de quem esteve envolvido na realização de ‘Flores Secas’”, declarou.
Ambientado durante a grande cheia do rio Negro nos anos 50 e a epidemia de febre amarela, o roteiro de “Flores Secas” foi desenvolvido em 2015, logo após Barreto ser laureado como melhor ator no 37º Festival Guarnicê de Cinema em São Luís, Maranhão, com o curta-metragem “Até que a última luz se apague” (2014), que também teve seu roteiro assinado por ele.
A narrativa gira em torno da personagem Dasdor, que enfrenta a dor de não poder dar um filho ao amado. Sua jornada maternal se entrelaça com a de Marepe’Í, uma personagem indígena que, diante da epidemia de febre amarela, se vê obrigada a deixar sua comunidade para escapar das consequências devastadoras da doença.
Estreando no cinema, a atriz Vanessa Pimentel interpreta Dasdor e expressou sua alegria após essa experiência. Reconhecendo o desafio que foi dar vida à personagem, ela agradeceu pelo apoio constante que recebeu de Arnaldo Barreto durante as filmagens.
“Atuar neste filme foi um verdadeiro presente. Sou imensamente grata pela chance de mostrar meu trabalho no cinema profissionalmente. O desafio de viver a Dasdor foi superado graças à orientação e presença constante do Arnaldo. Acredito que conseguimos criar uma personagem repleta de emoção em um roteiro magnífico, e só tenho a agradecer por tudo”, ressaltou.
A atriz Rosa Malagueta, que dá vida à personagem Francisca, também compartilhou sua satisfação com o resultado final do filme.
“A estreia é sempre um momento esperado, e fiquei muito contente com o resultado. A edição está maravilhosa, a paleta de cores trouxe uma nova dimensão ao trabalho, e tudo isso é fruto de uma produção excepcional. O cinema brasileiro merece produções assim e estou certa de que ‘Flores Secas’ vai brilhar em diversos festivais”, afirmou.
Para Adriano Rodrigues, que interpreta Sebastião, o resultado final foi surpreendente. “O filme é incrível e é uma pena que seja um curta, já que a trama é tão cativante que deixou uma vontade de mais. Arnaldo conseguiu condensar tudo com maestria e transmitir a emoção da história. A presença do público foi grandiosa e, para nós, artistas, esse reconhecimento é incrível. Somos muito gratos por todo esse suporte”, comentou.
Com uma duração de 25 minutos e recomendação etária “não recomendado para menores de 16 anos”, “Flores Secas” foi produzido por Saleyna Borges e Cieny Farias, com Wallace Abreu na assistência de direção, direção de arte por Hely Pinto e fotografia de Wiliams Ferry e Bruno Pereira, além de muitos outros profissionais envolvidos.
Após o lançamento em Manaus, o próximo passo é levar o filme a comunidades rurais do estado e inscrevê-lo em festivais nacionais e internacionais.
Durante a noite de estreia, Arnaldo Barreto lançou o Troféu das Artes 2025, uma premiação projetada para reconhecer e homenagear artistas amazonenses que contribuem para a cultura da região.
O primeiro laureado foi Wagner Melo, um renomado diretor, cenógrafo, dramaturgo e produtor, que recebeu o prêmio em reconhecimento a seus 60 anos de dedicação às artes cênicas. Rosa Malagueta também foi premiada por sua trajetória de mais de 40 anos em prol da cultura local. A atriz destacou a importância da homenagem em sua cidade natal.
“Receber um prêmio na minha terra é motivo de grande orgulho. Isso reforça tudo que construí e represento para aqui. Estou imensamente agradecida, especialmente por receber o prêmio das mãos de Arnaldo Barreto, a quem admiro muito. Estou muito feliz. Que viva o cinema amazonense e o cinema brasileiro!”, enfatizou.
Investimento
Durante a produção do filme, foi dado um cuidado especial aos detalhes, refletido na maquiagem, na direção de arte, na fotografia e no figurino, com peças criadas sob medida, incluindo roupas, acessórios e calçados. Todos esses elementos foram pensados para proporcionar a máxima autenticidade ao filme, ambientado em 1953, garantindo uma combinação de nostalgia e originalidade na produção. Afinal, todos os materiais utilizados foram adquiridos em lojas locais, contribuindo para o crescimento da economia regional.
Novidades
Após a conclusão de “Flores Secas”, Arnaldo Barreto revelou que outros projetos já estão em desenvolvimento. “Estamos finalizando a edição do longa-metragem ‘A noiva do Itamaracá’, que é um projeto incrível previsto para ser lançado em junho. Além disso, estamos dando os primeiros passos para o filme ‘Cabras do capitão’, que tem uma abordagem mais política. O ano de 2025 promete e estamos atentos para elevar ainda mais a cultura do nosso Amazonas”, concluiu.
Apoio
O projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo, por meio do Edital Manaus Identidade Cultural Audiovisual, na categoria de curta-metragem de ficção, e conta com o suporte do Conselho Municipal de Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura, da Prefeitura de Manaus, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.
Além disso, houve apoio institucional da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, que cedeu o Museu do Seringal Vila Paraíso, e da Prefeitura de Iranduba, que disponibilizou as Ruínas de Paricatuba para as filmagens.
Fonte: Noticia Internacional