O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores organizaram um ato na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (16). A manifestação ocorreu durante a manhã e a tarde, em meio à expectativa pela análise da acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado “Núcleo 1”, que inclui Bolsonaro, acusado de tentar perpetrar um golpe de Estado.
Durante seu discurso, Bolsonaro afirmou que não possui obsessão pelo poder, mas sim um profundo amor pelo Brasil. Ele também enfatizou que não tem planos de deixar o país. O ex-presidente criticou o governo Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contestando vários aspectos da denúncia apresentada pela PGR. Além disso, ele solicitou anistia para aqueles envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.
O evento reforçou a pressão pela anistia dos participantes dos atos ocorridos em 8 de janeiro. Recentemente, mais 63 pessoas foram condenadas pelo STF, elevando o total de sentenciados para 480.
Bolsonaro chegou ao local do protesto em Copacabana, onde o trio elétrico estava posicionado, por volta das 10h. Ele estava acompanhado por diversos políticos.
O ex-presidente ocupou o microfone por volta das 11h40, fazendo um discurso que durou cerca de 40 minutos. Visivelmente emocionado no início de sua fala, mencionou a vida das pessoas presentes e se referiu aos detidos em função dos eventos de 8 de janeiro. Ao defender os direitos das mulheres, citou especificamente algumas que se encontram encarceradas.
Ele também fez referência ao que considerou como uma perseguição. “Nunca imaginei que veríamos brasileiros se tornando refugiados em várias partes do mundo. Há poucos anos, não pensamos que viveríamos uma situação desse tipo”, declarou.
Em um momento do discurso, Bolsonaro interrompeu sua fala para solicitar assistência médica a uma pessoa da plateia que se sentiu mal. Naquela manhã, a temperatura no Rio de Janeiro estava em torno de 30ºC, e a alta umidade contribuía para uma sensação térmica elevada.
O ex-presidente criticou a denúncia feita contra ele, atacou Alexandre de Moraes, alegando que os inquéritos eram secretos, e disparou contra o governo Lula em diversas ocasiões.
Ele também revisitou episódios da campanha de 2022, defendendo-se ao afirmar que havia sido alvo de perseguição por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro expressou a opinião de que aqueles que participaram dos eventos de 8 de janeiro foram levados a uma armadilha.
Além disso, ressaltou que várias “narrativas” contra ele foram gradualmente desmentidas ao longo do tempo, mencionando, por exemplo, o caso das joias sauditas e a falsificação de comprovantes de vacinação contra a Covid-19. “Agora, só resta a fumaça do golpe”, comentou.
Por fim, o ex-presidente negou veementemente que tenha a intenção de deixar o Brasil, além de afirmar que eleições sem sua participação em 2026 significariam um retrocesso à democracia no país.
