Deputados ligados a Jair Bolsonaro consideraram uma provocação a presença de familiares de vítimas da Ditadura Militar no público durante o julgamento da denúncia contra o ex-presidente no STF, ocorrido na terça-feira (25/3).
Segundo informações divulgadas, Ivo Herzog, o filho do jornalista Vladimir Herzog, e Hildegard Angel, a filha da estilista Zuzu Angel, ocuparam a primeira fila do plenário da Primeira Turma durante a sessão.
Para os deputados bolsonaristas consultados, a autorização do STF para a participação desses familiares no julgamento indicaria uma tentativa de associar o ex-presidente à Ditadura Militar.
O deputado Coronel Meira (PL-PE), que fez uma cena na entrada do STF, expressou sua insatisfação ao comentar que os familiares ocuparão lugares que deveriam ser dos parlamentares, muitos dos quais não conseguiram entrar a tempo no plenário.
“Eles colocaram servidores e familiares de vítimas da ditadura lá dentro, mas não colocaram os deputados”, afirmou Meira.
Em entrevista a um jornal, Ivo Herzog e Hildegard Angel ressaltaram que decidiram comparecer ao julgamento por ser um “momento histórico” e por considerar uma “obrigação pessoal”, respectivamente.
O clima entre os deputados bolsonaristas é de desânimo em relação ao futuro do ex-presidente e dos outros denunciados. O deputado Sanderson (PL-RS) prevê penas que poderão ultrapassar 30 anos para cada um dos investigados.
Parlamentares da oposição reconhecem que o caso gerou uma “grande repercussão” e está sendo utilizado de forma negativa por integrantes do PT e aliados do presidente Lula.
Conforme já havia sido noticiado, deputados e figuras de liderança do PT estavam se preparando para contra-atacar Bolsonaro nas redes sociais durante o julgamento da denúncia no Supremo.