O nome da artista e pastora Baby do Brasil, de 72 anos, ganhou atenção recentemente após ela recomendar em um culto realizado na casa noturna D-Edge, em São Paulo, que vítimas de violência sexual devem perdoar seus agressores, mesmo que sejam parentes. A declaração ocorreu na noite da última terça-feira, 11, e foi feita diante de um grande público.
Durante sua pregação, Baby estava com o cabelo azul e vestindo roupas escuras. Ela incentivou os presentes a deixarem de lado qualquer ressentimento. “Perdoe tudo o que você tiver de ruim no seu coração, aqui, hoje, neste lugar. Perdoe! Se houve abuso sexual, perdoe! Se foi na família, perdoe!”, declarou. “Se há briga de família, mãe, filho, pai, perdoe!”, acrescentou.
A declaração polêmica de Baby desencadeou uma forte reação nas redes sociais, com muitos críticos expressando sua indignação. Uma internauta postou: “Que nojo desse vídeo! Uma vítima de abuso não tem que perdoar abusador nenhum”. Outra pessoa comentou: “O que ela disse me parece criminoso. Achei um absurdo”.
Nyrton, um dos filhos de Baby, fez um comentário em sua rede social, expressando sua decepção: “Como filho desta mulher, deixo claro que não apoio nada disso! Nunca serei conivente com as loucuras e o fanatismo religioso da minha mãe! Que tristeza sem fim!”, ele lamentou.
Renato Ratier, proprietário da D-Edge, que se converteu ao cristianismo em 2024, defendeu o culto evangélico realizado no local em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Ele afirmou: “Tem muito culto em hotel e, se você quiser chegar e pedir uma cerveja ali, você pode. Vai mais da consciência das pessoas”.
A equipe de Baby do Brasil foi contatada, e o Ministério Público do Estado de São Paulo também foi procurado, mas não houve resposta até o fechamento deste artigo. O espaço permanece aberto para futuras declarações.
Baby do Brasil, ex-integrante dos Novos Baianos, se converteu ao cristianismo nos anos 90. Desde então, tem se definido como uma “popstora” e tem compartilhado sua fé publicamente. Em 2019, em uma entrevista, ela mencionou que no início sua conversão foi vista com ceticismo por alguns evangélicos, sendo acusada de querer vender discos. Baby ressaltou que desejava mostrar sua verdadeira fé e seus encontros com Deus.
Ela já fez parte da igreja Sara Nossa Terra, conhecida por suas práticas neopentecostais que enfatizam experiências emocionais e a teologia da prosperidade. Com isso, Baby fundou a igreja Ministério do Espírito Santo de Deus em Nome de Jesus.
Além disso, a cantora é mãe de vários filhos, incluindo Sarah Sheeva, que é conhecida como “pastora-missionária” e organizadora do “culto das princesas”.
Essa não é a primeira vez que Baby do Brasil faz declarações controversas. A artista tem um histórico de comentários que geram polêmica. Ela já revelou estar há mais de dez anos sem relações sexuais para “poupar-se de ter relações com quem não for aprovado por Deus”. Em uma entrevista, ela afirmou: “Estou há muitos anos sem transar. Se tiver de ter um relacionamento, desejo que Ele me indique. Para ser ‘popstora’, preciso ter controle sobre a minha carne. Preciso estar intensa espiritualmente”.
Em uma conversa com o apresentador Amaury Jr., Baby expressou sua visão sobre aborto, considerando-o muito agressivo para o corpo feminino e enfatizou a importância da prevenção de gravidez para evitar essa situação.
Durante um evento de Carnaval do público LGBTQIA+ em Natal (RN), em 2016, Baby foi vaiada após afirmar que, para ela, “todo homem é homem” e que simplesmente faltava a eles uma “boa mulher maravilhosa”. Após o ocorrido, a artista se defendeu nas redes sociais, afirmando que possui amigos homossexuais e que seu comentário foi feito com carinho e humor.
No Carnaval de 2024, em Salvador (BA), ela gerou um clima tenso com Ivete Sangalo, ao falar sobre o arrebatamento e o Apocalipse, deixando a cantora baiana surpresa com a declaração.
Para denúncias de abusos sexuais contra menores, é possível chamar o número 181. Em casos de violência contra mulheres, o número a ser contatado é 180, com total garantia de sigilo para a pessoa que denuncia. As delegacias especializadas podem ser localizadas no Mapa das Delegacias da Mulher, e hospitais e postos de saúde públicos têm a obrigação de prestar apoio a qualquer pessoa que se apresente relatando ter sido vítima de violência.
