Home Brasil ALERTA MORTAL: Os Perigos Ocultos dos ‘Alimentos Fakes’ à Sua Saúde!

ALERTA MORTAL: Os Perigos Ocultos dos ‘Alimentos Fakes’ à Sua Saúde!

por James Joshua

Produtos como pó de café e compostos lácteos têm invadido as prateleiras dos supermercados, criando confusão entre os consumidores menos atentos. Embora sejam mais acessíveis, esses produtos podem apresentar riscos à saúde. É fundamental aprender a identificá-los. O aumento dos preços dos alimentos, causado por crises econômicas, alterações climáticas e especulação de mercado, levou as indústrias a buscarem maneiras de cortar custos para manter suas margens de lucro. Como resultado, a quantidade de produtos que imitam os originais tem crescido, sendo fabricados com ingredientes mais baratos e contendo muitos aditivos. Essas alterações, muitas vezes, passam despercebidas pelo consumidor.

Conhecidos como “alimentos fakes”, eles imitam produtos tradicionais, mas suas composições costumam ser diferentes. Recentemente, o “pó para preparo de bebida à base de café” tornou-se popular nas redes sociais, recebendo o apelido de “café fake” ou “cafake”. A Associação Brasileira da Indústria do Café alertou os supermercados e outros varejistas sobre a venda irregular dessas misturas e recomenda que a população evite seu consumo, devido aos potenciais riscos à saúde.

Além do café, outros produtos, como compostos lácteos que simulam o leite e bebidas lácteas que imitam o iogurte, também estão disponíveis em muitos estabelecimentos.

“A principal preocupação reside na composição desses itens, que geralmente são de qualidade inferior e, na maioria das vezes, categorizados como alimentos ultraprocessados”, esclarece uma professora adjunta do Departamento de Nutrição Social de uma universidade.

“Vários desses produtos contêm gorduras vegetais hidrogenadas, que são fontes de gorduras trans, ligadas ao aumento do risco de doenças cardíacas”, complementa a especialista, que também realiza pesquisas sobre alimentação e nutrição em políticas públicas.

Os consumidores devem estar atentos às semelhanças nas embalagens dos produtos que podem induzir ao erro. Para fazer escolhas alimentares mais conscientes e evitar enganos, é essencial que se familiarizem com as listas de ingredientes. Ingredientes como açúcar, amido modificado, gordura vegetal e aditivos como aromatizantes ou espessantes são indícios de que o alimento em questão é ultraprocessado.

No caso do café, misturas que contenham cereais ou milho torrado podem indicar que se trata de um produto falso. O café solúvel é produzido a partir do café puro, que passa por um processo de desidratação para se tornar pó ou grânulos solúveis em água. As misturas são geralmente mais baratas e têm um gosto semelhante ao café, porém com menor concentração de cafeína.

“Evite produtos que tragam expressões como ‘bebida à base de café’ ou ‘pó sabor café’, pois estes podem não ser compostos apenas por grãos de café”, orienta a especialista.

O presidente de uma associação do setor enfatiza a importância de verificar a certificação ao comprar café. Ele também adverte sobre preços muito baixos, que podem ser um indicativo de fraude, especialmente quando estão consideravelmente abaixo da média do mercado. “É essencial também observar a marca: ela é conhecida? Está tentando imitar alguma marca respeitável? Desconfie”, alerta ele.

Em relação ao leite, é preciso distinguir entre produtos puros e bebidas lácteas que misturam leite com soro, açúcares e espessantes, resultando em uma composição alterada e redução dos níveis de cálcio e proteínas. Isso torna a bebida mais barata, mas menos nutritiva quando comparada ao leite puro.

A mesma lógica se aplica ao leite em pó. Neste caso, ele não possui outros ingredientes além do leite, havendo apenas a adição de lecitina de soja em algumas versões instantâneas. Já nos compostos lácteos em pó, são incluídos outros componentes, como soro de leite em pó e vários aditivos.

No que diz respeito ao iogurte, que passa por um processo de fermentação e contém probióticos, algumas bebidas lácteas rotuladas como “iogurte sabor morango” podem ter menos leite fermentado e mais aditivos. “Essas bebidas podem ser obtidas a partir do leite fermentado com até 51% de soro de leite, além da possibilidade de terem polpa ou suco de frutas, amido de milho e leite em pó adicionados”, destaca uma nutricionista clínica.

Termos como “tipo”, “estilo” ou “sabor” indicam produtos que imitam os reais, mas não seguem os mesmos métodos de produção.

O consumo frequente de alimentos ultraprocessados e considerados falsos pode ter consequências significativas para a saúde, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com menor poder aquisitivo. Esses produtos costumam ser ricos em açúcares, gorduras, sódio e outros aditivos, prejudicando a absorção de nutrientes essenciais e contribuindo para a incidência de doenças crônicas.

Para crianças, durante a fase de crescimento, é imprescindível uma dieta equilibrada, rica em proteínas, cálcio, ferro e vitaminas. Trocar alimentos naturais por esses produtos ultraprocessados, como bebidas lácteas e compostos alimentares, pode acarretar malefícios ao desenvolvimento ósseo e cognitivo.

“O excesso de açúcar está ligado ao aumento da obesidade infantil, resistência à insulina e maior risco de cáries. Alguns aditivos presentes podem também impactar o comportamento da criança, contribuindo para quadros de hiperatividade”, afirma a especialista.

Para os idosos, a diminuição da capacidade de absorção de nutrientes torna crucial a ingestão de alimentos ricos em proteínas e minerais. Produtos como compostos lácteos no lugar do leite ou misturas de café de baixa qualidade podem prejudicar a saúde óssea e cardiovascular.

Além disso, o elevado teor de sódio presente em produtos ultraprocessados pode agravar problemas como hipertensão e doenças cardíacas. Conservantes e espessantes que esses alimentos contêm podem afetar negativamente a microbiota intestinal e dificultar a digestão.

“A fragilidade do sistema imunológico torna os idosos mais suscetíveis a infecções, que podem ser potencializadas por uma alimentação inadequada”, enfatiza uma nutricionista clínica.

Por fim, o consumo excessivo de produtos ultraprocessados pode levar a um ciclo de má alimentação, principalmente para indivíduos em situações de vulnerabilidade. “Alimentos ‘fake’ muitas vezes são mais baratos e acessíveis, levando muitas famílias a optar por eles em detrimento dos alimentos naturais”, destaca a especialista.

Para lidar com esses produtos falsificados, existem alternativas naturais e seguras que podem proporcionar um melhor custo-benefício. “Adquirir café, leite em pó e queijos em maior quantidade, a granel, pode sair mais em conta. Optar por marcas regionais e produtos locais pode resultar em custos mais baixos e maior qualidade, além de evitar o pagamento por embalagens e marketing”, sugere a professora da universidade.

Fonte: Noticia Internacional

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