Home Brasil ‘Ainda Estou Aqui’ ARRASA e CONQUISTA o OSCAR de Melhor Filme Internacional: Um marco CHOCANTE no Cinema!

‘Ainda Estou Aqui’ ARRASA e CONQUISTA o OSCAR de Melhor Filme Internacional: Um marco CHOCANTE no Cinema!

por James Joshua

Obra de Walter Salles sobre a trajetória de Eunice Paiva e sua família conquista um prêmio inédito para o Brasil. No último domingo (2 de março), “Ainda Estou Aqui” recebeu o Oscar de melhor filme internacional, um marco histórico para o país, que já havia sido indicado cinco vezes, incluindo nesta edição de 2025.

O longa disputou o prêmio com outras produções, como “A Garota da Agulha” da Dinamarca, “Emilia Pérez” da França, “A Semente do Fruto Sagrado” da Alemanha e “Flow” da Letônia, que levou o Oscar de melhor filme de animação.

Fernanda Torres, que recentemente apareceu em capas de revistas e participou de talk shows nos Estados Unidos, não conseguiu levar para casa o prêmio de melhor atriz, que foi conquistado por Mikey Madison, de 25 anos, por sua atuação em “Anora”. Torres competia contra Cynthia Erivo (“Wicked”), Karla Sofía Gascón (“Emilia Pérez”) e Demi Moore (“A Substância”).

Ainda que “Ainda Estou Aqui” estivesse na disputa pela estatueta de melhor filme, o prêmio principal foi para “Anora”, que também ganhou em mais três categorias: melhor direção para Sean Baker, melhor roteiro original e melhor edição.

O filme retrata a história de Rubens Paiva, um deputado cassado que foi sequestrado e assassinado durante a ditadura militar, sob a perspectiva de sua esposa, Eunice Paiva. Durante a cerimônia no Dolby Theater em Los Angeles, Salles prestou uma homenagem à coragem de Eunice, citando também a atriz Fernanda Torres e sua mãe, Fernanda Montenegro, que interpreta Eunice no filme. “Esse prêmio vai para uma mulher que, após enfrentar uma perda durante um regime autoritário, escolheu não se render e lutar. Este prêmio é para ela”, afirmou Salles, recebendo aplausos da plateia. “E também para as duas mulheres que deram vida a ela”, completou.

O diretor, conhecido por seus trabalhos como “Terra Estrangeira”, “Central do Brasil” e “Diários de Motocicleta”, destacou que o filme gerou conexão com o público que pode não estar familiarizado com a ditadura brasileira, ressaltando a força de Eunice em face da adversidade. “Esta mulher poderia ter se curvado ou abraçado a vida. Ela escolheu abraçar a vida”, disse Salles nos bastidores.

“Acima de tudo, trata-se de esperança no que nos é oferecido ao escolher viver plenamente. Talvez isso proporcione uma forma de entrada para o filme. Em uma outra perspectiva, a situação da democracia está se tornando vulnerável em várias partes do mundo”, acrescentou Salles.

Em uma entrevista realizada em janeiro, Fernanda Torres enfatizou que “muitos jovens que cresceram na democracia foram ao cinema ao ouvirem falar sobre a ‘ditadura militar’, um termo que não trazia muitos sentimentos antes. Contudo, no filme, a dor da família é palpável. As pessoas conseguem compreender o que significa a suspensão dos direitos civis não apenas por meio de um parágrafo em um livro didático, mas pela identificação com os desafios enfrentados pelos jovens daquela família.”

No Brasil, a vitória foi amplamente celebrada, especialmente durante as festividades de Carnaval. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou no Twitter: “Hoje é dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. Orgulho do nosso cinema, dos nossos artistas e, principalmente, orgulho da nossa democracia”.

“Ainda Estou Aqui” fez de Fernanda Torres a segunda atriz brasileira a ser indicada ao Oscar de melhor atriz, 26 anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, ser nomeada por “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles. Na época, o prêmio foi para Gwyneth Paltrow, que atuou em “Shakespeare Apaixonado”.

Torres conseguiu chamar a atenção de Hollywood com um papel que abordou questões ainda sensíveis na política brasileira. O filme se passa no Rio de Janeiro dos anos 70, narrando a luta de Eunice Paiva para que a morte de seu marido fosse reconhecida, enquanto cria cinco filhos e reinventa sua vida profissional como defensora dos direitos dos povos indígenas no Brasil.

Paralelamente, enquanto “Ainda Estou Aqui” se tornava um fenômeno de bilheteira, a Polícia Federal revelou um plano de golpe militar que visava manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022, resultando em uma denúncia do Ministério Público contra o ex-presidente e mais 33 envolvidos.

O histórico do cinema brasileiro no Oscar começou em 1963, quando “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, foi o primeiro filme do país a ser indicado na categoria de melhor filme estrangeiro. Nos anos 90, outros três filmes brasileiros conquistaram indicações: “O Quatrilho”, “O Que É Isso, Companheiro?” e “Central do Brasil”, este último também rendeu uma indicação a Fernanda Montenegro.

“O Beijo da Mulher-Aranha”, de Hector Babenco, foi indicado nas categorias de melhor filme, roteiro e direção, embora tenha sido premiado apenas pela atuação de William Hurt. O filme aborda a relação entre dois homens em uma prisão durante a ditadura.

“Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, concorreu em quatro categorias em 2004, incluindo direção e roteiro adaptado.

Entre os outros filmes destacados nesta edição do Oscar, “Emilia Pérez” gerou bastante discussão, tendo vencido apenas duas das 13 categorias em que competiu. O filme, estrelado por Zoe Saldaña, retrata Rita, uma advogada que ajuda um criminoso a mudar de gênero. No entanto, a atriz principal, Karla Sofía Gascón, passou por controvérsias devido a postagens passadas de conteúdo racista.

“A Substância”, com Demi Moore, é uma crítica ao culto à beleza na indústria do cinema, onde uma atriz veterana usa uma droga que promete restaurar sua juventude, mas que traz efeitos colaterais brutais.

“O Brutalista”, que apresenta a vida de um arquiteto húngaro fugido para a América, também foi contemplado com várias indicações e venceu em três categorias no Globo de Ouro.

“Wicked”, um musical que se destacou com 10 indicações, é uma adaptação cinematográfica de sucesso, explorando a relação entre duas bruxas antes da chegada de Dorothy em “O Mágico de Oz”.

“Anora”, ganhador da Palma de Ouro em Cannes, trata das complexidades da relação entre uma jovem stripper de Nova York e a família de seu noivo, um oligarca russo.

A lista completa de indicados e vencedores foi amplamente divulgada, refletindo a diversidade e a riqueza das narrativas no cinema atual, com um número crescente de filmes abordando temas relevantes e contemporâneos.

Fonte: Noticia Internacional

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